Sócrates na prisão: ex-primeiro-ministro indignado por ter sido colocado na ala dos existencialistas
22 novembro, 2014
Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso e Sociedade Portuguesa de Filosofia juntas na luta.
José Sócrates voltou para os calabouços do Comando da PSP de Lisboa, após uma tarde e noite de interrogatório no Campus da Justiça. Ainda no Tribunal Central de Instrução Criminal, o antigo primeiro-ministro falou em exclusivo para o Jornal do Fundinho e manifestou a sua indignação pelas condições que lhe estão a ser dadas na prisão: «Uma vergonha! Meteram-me junto com os existencialistas, quando toda a gente sabe que sou um hedonista! Passei horas a ouvir um tipo aos gritos, a queixar-se que não podia escolher entre o arroz de miúdos e o robalo grelhado para o jantar, porque isso envolveria todos os detidos e ele não conseguia viver com esse peso... Foi muito desagradável».

De acordo com Sócrates, tudo poderia ter sido evitado se tivesse havido um pouco mais de respeito para consigo. «Podiam perfeitamente ter-me posto com os epicuristas... Olhamos para o mundo da mesma maneira, eles são só um bocado mais queques», afirmou.
A mistura aleatória de correntes filosóficas é, há muito, uma queixa dos detidos na prisão do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP e, de uma forma geral, nas cadeias portuguesas. No Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz, por exemplo, são recorrentes os confrontos violentos entre marxistas e utilitaristas, enquanto que no Linhó os problemas surgem sobretudo entre racionalistas e empiristas. Já em Vale de Judeus, existem conflitos frequentes entre os que seguem e os que recusam Sócrates, tal como acontece, de resto, no Largo do Rato.
José Sócrates voltou para os calabouços do Comando da PSP de Lisboa, após uma tarde e noite de interrogatório no Campus da Justiça. Ainda no Tribunal Central de Instrução Criminal, o antigo primeiro-ministro falou em exclusivo para o Jornal do Fundinho e manifestou a sua indignação pelas condições que lhe estão a ser dadas na prisão: «Uma vergonha! Meteram-me junto com os existencialistas, quando toda a gente sabe que sou um hedonista! Passei horas a ouvir um tipo aos gritos, a queixar-se que não podia escolher entre o arroz de miúdos e o robalo grelhado para o jantar, porque isso envolveria todos os detidos e ele não conseguia viver com esse peso... Foi muito desagradável».

Sócrates exasperado com existencialistas [foto E. Calhau]
De acordo com Sócrates, tudo poderia ter sido evitado se tivesse havido um pouco mais de respeito para consigo. «Podiam perfeitamente ter-me posto com os epicuristas... Olhamos para o mundo da mesma maneira, eles são só um bocado mais queques», afirmou.
A mistura aleatória de correntes filosóficas é, há muito, uma queixa dos detidos na prisão do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP e, de uma forma geral, nas cadeias portuguesas. No Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz, por exemplo, são recorrentes os confrontos violentos entre marxistas e utilitaristas, enquanto que no Linhó os problemas surgem sobretudo entre racionalistas e empiristas. Já em Vale de Judeus, existem conflitos frequentes entre os que seguem e os que recusam Sócrates, tal como acontece, de resto, no Largo do Rato.
Etiquetas: Campanha Negra, Sociedade