PSP diz que jornalistas devem andar devidamente identificados com nariz, sapatos e luvas de palhaço
23 março, 2012
Reação às agressões a fotojornalistas durante a Greve Geral.
Depois de ter ontem emitido um comunicado em que apelava aos jornalistas para a necessidade de se identificarem de forma clara, na sequência das agressões a dois fotojornalistas durante a manifestação da Greve Geral, a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) foi hoje mais precisa nas suas recomendações. «Qualquer jornalista deverá, em situações deste género e quaisquer outras que envolvam as forças policiais, identificar-se convenientemente através da utilização de nariz, sapatos e luvas de palhaço. A cabeleira não é necessária, pois isso seria parvo», pode ler-se num novo comunicado.
Quem não perdeu tempo a manifestar o seu apoio à atuação da PSP e à divulgação destes conselhos foi o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo. «A ação dos agentes foi claramente adequada, descontando uma ou outra bastonada que podia ter sido dada com mais força, mas pronto, fica para a próxima», afirmou, em exclusivo para o Jornal do Fundinho, acrescentando críticas ao comportamento dos repórteres: «A operação policial foi visivelmente prejudicada pela obstinação dos jornalistas em não acatar uma ordem simples como é a de pôr um nariz de palhaço. Já falei com o Miguel Relvas e ele garantiu-me que, se for preciso, na próxima greve os repórteres até pintam a cara como se fossem o Batatinha».

O ministro defendeu ainda que o cumprimento das indicações da PSP facilita a vida aos próprios jornalistas: «Veja-se o caso das luvas de palhaço: se eles as usarem, já não tiram fotografias dos polícias a baterem em pessoas sem razão aparente, nem escrevem artigos a dizer que nós somos uns malandros... Isso facilita-lhes a vida, nomeadamente porque não vão precisar de, no dia seguinte, ir logo de manhãzinha para a porta do IEFP para pedir o subsídio de desemprego». Já quando questionado sobre onde tinha estado no dia da Greve Geral, uma vez não participou em nenhuma iniciativa pública, o ministro foi muito mais conciso, ficando-se por um «andei a fazer umas coisas de índole pessoal, ali pelo Largo do Chiado».
Esta polémica surge após dois fotojornalistas, um da Lusa e outra da AFP, terem sido agredidos pela PSP durante a manifestação da Plataforma 15 de outubro, integrada nos protestos da Greve Geral. A situação originou forte contestação por parte dos seus colegas de profissão, que correram para as redes sociais para denunciar o ‘comportamento violento e ultrajante’ da polícia, assim que acabaram os seus textos em que descreviam a violência da polícia para com outros cidadãos como ‘confrontos entre as duas partes’.
Depois de ter ontem emitido um comunicado em que apelava aos jornalistas para a necessidade de se identificarem de forma clara, na sequência das agressões a dois fotojornalistas durante a manifestação da Greve Geral, a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) foi hoje mais precisa nas suas recomendações. «Qualquer jornalista deverá, em situações deste género e quaisquer outras que envolvam as forças policiais, identificar-se convenientemente através da utilização de nariz, sapatos e luvas de palhaço. A cabeleira não é necessária, pois isso seria parvo», pode ler-se num novo comunicado.
Quem não perdeu tempo a manifestar o seu apoio à atuação da PSP e à divulgação destes conselhos foi o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo. «A ação dos agentes foi claramente adequada, descontando uma ou outra bastonada que podia ter sido dada com mais força, mas pronto, fica para a próxima», afirmou, em exclusivo para o Jornal do Fundinho, acrescentando críticas ao comportamento dos repórteres: «A operação policial foi visivelmente prejudicada pela obstinação dos jornalistas em não acatar uma ordem simples como é a de pôr um nariz de palhaço. Já falei com o Miguel Relvas e ele garantiu-me que, se for preciso, na próxima greve os repórteres até pintam a cara como se fossem o Batatinha».

Miguel Macedo quer proteger jornalistas [foto E. Calhau]
O ministro defendeu ainda que o cumprimento das indicações da PSP facilita a vida aos próprios jornalistas: «Veja-se o caso das luvas de palhaço: se eles as usarem, já não tiram fotografias dos polícias a baterem em pessoas sem razão aparente, nem escrevem artigos a dizer que nós somos uns malandros... Isso facilita-lhes a vida, nomeadamente porque não vão precisar de, no dia seguinte, ir logo de manhãzinha para a porta do IEFP para pedir o subsídio de desemprego». Já quando questionado sobre onde tinha estado no dia da Greve Geral, uma vez não participou em nenhuma iniciativa pública, o ministro foi muito mais conciso, ficando-se por um «andei a fazer umas coisas de índole pessoal, ali pelo Largo do Chiado».
Esta polémica surge após dois fotojornalistas, um da Lusa e outra da AFP, terem sido agredidos pela PSP durante a manifestação da Plataforma 15 de outubro, integrada nos protestos da Greve Geral. A situação originou forte contestação por parte dos seus colegas de profissão, que correram para as redes sociais para denunciar o ‘comportamento violento e ultrajante’ da polícia, assim que acabaram os seus textos em que descreviam a violência da polícia para com outros cidadãos como ‘confrontos entre as duas partes’.
Etiquetas: Sociedade