Cavaco Silva ganhou à primeira volta o Festival da Votação
24 janeiro, 2011
Tony Carreira, Amália Hoje e outros metidos ao barulho (não é uma piada às canções).
Cavaco Silva venceu ontem as eleições para a Presidência da República, conseguindo a reeleição logo à primeira volta. Trata-se, de acordo com os analistas, de uma «vitória à Tony Carreira». Em exclusivo para o Jornal do Fundinho, o politólogo Ricardo E. Vidente, explica: «Tal como o popular cantor, Cavaco Silva apresentou-se como um homem simples e honesto do povo; tal como o piroso artista, foram conhecidos factos que mostraram que ele também fez a sua trafulhicezita; tal como o xaroposo cançonetista, mais de metade dos portugueses não se importaram com isso e foram a correr comprar os seus discos... ou antes, votar nele».

E. Vidente estende a sua análise aos restantes candidatos e não tem dúvidas em afirmar que as eleições de ontem foram um verdadeiro Festival da Eleição. «Em segundo lugar ficou o Manuel Alegre, ou, como eu gosto de dizer, os Amália Hoje: já ouvimos aquilo e, sinceramente, pareceu-nos muito melhor da primeira vez; esta reinterpretação parece que foi feita só para capitalizar o êxito original; e o namoro do Sócrates com o Louçã é ainda mais esquisito do que o namoro do Fernando Ribeiro com a Sónia Tavares», exemplifica. Quanto a Fernando Nobre, «é alguém com um percurso de vida importante e digno de respeito... até se ter metido na política... lembra-me o António Pinto Basto, que trocou a engenharia mecânica pelo fado, para azar deste». O candidato do PCP, Francisco Lopes, teve uma campanha a lembrar Luís Represas, defende o analista: «No fundo, há anos e anos que as canções soam sempre iguais e não conseguimos deixar de pensar que tinha mais piada quando estava nos Trovante, ou seja, quando o candidato era o Cunhal». José Manuel Coelho, a surpresa da noite eleitoral, é comparado, curiosamente, a um potencial candidato presidencial: «Foi o Manuel João Vieira, que o Manuel João Vieira não conseguiu ser. Todas as suas intervenções tiveram uma mensagem muito clara: Cavaco anda a fazer aos portugueses aquilo que muitos queriam fazer à Marilú». Quanto a Defensor Moura, «foi a versão política do Artur Garcia: houve uma altura em que até ganhava eleições, ou seja, tinha discos de ouro, mas hoje em dia já ninguém o quer ouvir... pelo menos tem a vantagem de não usar peruca, mesmo precisando».
De acordo com Ricardo E. Vidente, o principal problema do Festival da Eleição acabou por ser a dificuldade que muitas pessoas tiveram em votar, em virtude dos problemas técnicos ocorridos com a tecnologia envolvida no processo. «Esta coisa do televoto é uma modernice engraçada, mas não muda o essencial: ganha quem melhor nos der música», refere o politólogo.
Cavaco Silva venceu ontem as eleições para a Presidência da República, conseguindo a reeleição logo à primeira volta. Trata-se, de acordo com os analistas, de uma «vitória à Tony Carreira». Em exclusivo para o Jornal do Fundinho, o politólogo Ricardo E. Vidente, explica: «Tal como o popular cantor, Cavaco Silva apresentou-se como um homem simples e honesto do povo; tal como o piroso artista, foram conhecidos factos que mostraram que ele também fez a sua trafulhicezita; tal como o xaroposo cançonetista, mais de metade dos portugueses não se importaram com isso e foram a correr comprar os seus discos... ou antes, votar nele».

Cavaco fala do seu sonho de menino [foto E. Calhau]
E. Vidente estende a sua análise aos restantes candidatos e não tem dúvidas em afirmar que as eleições de ontem foram um verdadeiro Festival da Eleição. «Em segundo lugar ficou o Manuel Alegre, ou, como eu gosto de dizer, os Amália Hoje: já ouvimos aquilo e, sinceramente, pareceu-nos muito melhor da primeira vez; esta reinterpretação parece que foi feita só para capitalizar o êxito original; e o namoro do Sócrates com o Louçã é ainda mais esquisito do que o namoro do Fernando Ribeiro com a Sónia Tavares», exemplifica. Quanto a Fernando Nobre, «é alguém com um percurso de vida importante e digno de respeito... até se ter metido na política... lembra-me o António Pinto Basto, que trocou a engenharia mecânica pelo fado, para azar deste». O candidato do PCP, Francisco Lopes, teve uma campanha a lembrar Luís Represas, defende o analista: «No fundo, há anos e anos que as canções soam sempre iguais e não conseguimos deixar de pensar que tinha mais piada quando estava nos Trovante, ou seja, quando o candidato era o Cunhal». José Manuel Coelho, a surpresa da noite eleitoral, é comparado, curiosamente, a um potencial candidato presidencial: «Foi o Manuel João Vieira, que o Manuel João Vieira não conseguiu ser. Todas as suas intervenções tiveram uma mensagem muito clara: Cavaco anda a fazer aos portugueses aquilo que muitos queriam fazer à Marilú». Quanto a Defensor Moura, «foi a versão política do Artur Garcia: houve uma altura em que até ganhava eleições, ou seja, tinha discos de ouro, mas hoje em dia já ninguém o quer ouvir... pelo menos tem a vantagem de não usar peruca, mesmo precisando».
De acordo com Ricardo E. Vidente, o principal problema do Festival da Eleição acabou por ser a dificuldade que muitas pessoas tiveram em votar, em virtude dos problemas técnicos ocorridos com a tecnologia envolvida no processo. «Esta coisa do televoto é uma modernice engraçada, mas não muda o essencial: ganha quem melhor nos der música», refere o politólogo.
Etiquetas: Nacional, Perigos da Democracia