Colecionador admite não ficar por aqui.

O Papa esteve hoje reunido com 1300 artistas e personalidades da vida cultural e social portuguesa, no Centro Cultural de Belém (CCB), mas acabou por não regressar à Nunciatura Apostólica por ter sido entretanto comprado por Joe Berardo. O empresário encontrava-se no CCB para entregar mais um urinol ao Museu Colecção Berardo, mas acabou por não resistir ao «carácter multifacetado do Santo Padre, que no seu hesitar entre posições, no seu diz-que-não-disse, no fundo nesta sua transfiguração, nos interpela, como se fosse um sonoro Fuck Them», como o próprio explicou, em rigoroso exclusivo para o Jornal do Fundinho.


Ainda sem planos para a forma como Bento XVI ficará exposto, Berardo admite que ele poderá ser integrado na imensamente bem sucedida exposição "Sem Rede". «Eu sei que aquilo é uma retrospetiva da Joana Vasconcelos, mas eu ia adorar ver o Papa debaixo daquele lustre de tampões brancos que aquela maluca fez... Ia ser assim uma espécie de sonoro Fuck Them», comentou. Hipótese que Berardo não coloca para já é a de colocar o Papa junto a "Light My Fire", a peça de design que adquiriu depois de ter sido censurada por incluir um vibrador: «Isso seria uma provocação gratuita e a arte não é gratuita... vejam só o que o Estado português pagou para que eu emprestasse a minha coleção! Foi como que um sonoro Fuck Them!»
Apesar de se confessar católico, Joe Berardo negou ter sido esse o motivo desta aquisição, admitindo mesmo vir a adquirir líderes religiosos de outras confissões. «Não foi uma questão de fé, porque senão tinha agora de ir a correr comprar os restos do Benjamin Franklin, que é o tipo que aparece nas notas de 100 Dólares. Até adorava ter um Dalai Lama ou um Ayatollah Ali Khamenei... Uma vez cheguei a ter um Bispo Edir Macedo, mas aquilo foi artista que desvalorizou muito rapidamente. Hoje uso-o para mudar a água de um Vaporetto Titano que comprei uma vez e que já esteve exposto no MoMA e no Guggenheim. É assim um género de sonoro Fuck Them!»

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