Sócrates que projetou casas na Guarda e foi afastado por desleixo afinal foi o filósofo
06 abril, 2010
Anúncio foi feito pelos representantes oficiais do grego mais famoso do mundo a seguir a Otto Rehhagel.
O Sócrates que subscreveu pelo menos 21 projetos de edifícios junto da Câmara da Guarda e foi afastado pela edilidade por desleixo profissional não é o primeiro-ministro de Portugal, como tem sido veiculado pela comunicação social, mas sim o filósofo grego. Esta tese foi hoje defendida pelos porta-vozes do pensador ateniense, o também filósofo Platão e a não tão jovem classicista Maria Helena da Rocha Pereira. «Depois de uma análise aprofundada de diversos vasos gregos descobertos na zona da Guarda, pude identificar a mesma falta de bom gosto detetável nas casas correspondentes aos projetos que foram noticiados. São claramente obra de um mesmo artista, e se os edifícios são assinados por um tal de Sócrates, esse não pode nunca ser o Pinóquio, mas sim o Σωκράτης», explicou depois a antiga professora da Universidade de Coimbra, em rigoroso exclusivo para o Jornal do Fundinho.
Apesar da revelação, Rocha Pereira admitiu que a confusão entre José Sócrates e o filósofo Sócrates é relativamente simples de se estabelecer: «O Sócrates grego aprendeu olaria com o pai mas nunca a exerceu, adotou uma profissão para a qual não tinha habilitações e, mesmo no seu exercício, nunca se deu sequer ao trabalho de deixar escritos os seus pensamentos, tendo optado por desempenhar diversos cargos políticos até ao final da vida. No fundo, ele foi como alguém que começa a estudar, só consegue acabar o curso superior à custa da trafulhice, apresenta-se como engenheiro sem o ser, é despedido pela falta de qualidade do seu trabalho e só se safa porque se mete num partido político e vai subindo por aí acima. Não sei se isto vos lembra alguém…» A especialista em estudos clássicos apontou ainda um paralelismo adicional, uma vez que «é tão difícil distinguir entre si as ideias de Sócrates, Platão, Aristófanes e Xenofonte, como distinguir as ideias de José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Augusto Santos Silva e João Tiago Silveira».
Questionada sobre se Sócrates havia ou não violado o regime de dedicação exclusiva de que beneficiou na ágora ateniense, Maria Helena da Rocha Pereira referiu que tudo dependeria do facto ele de ter ou não recebido pagamento pelos projetos por que foi responsável. «À partida, o que ele nunca poderá fazer é usar o mesmo argumento do primeiro-ministro português, que disse que aquilo foram uns favores a uns amigos. É que o Sócrates não tinha amigos, o que era normal, como aquele feitiozinho... Foi isso que o matou, aliás, quando foi condenado a ingerir cicuta após ter sido julgado no “Jornal Nacional” da TVI e no Público... Espera aí, acho que já estou toda trocadinha», avançou.
O Sócrates que subscreveu pelo menos 21 projetos de edifícios junto da Câmara da Guarda e foi afastado pela edilidade por desleixo profissional não é o primeiro-ministro de Portugal, como tem sido veiculado pela comunicação social, mas sim o filósofo grego. Esta tese foi hoje defendida pelos porta-vozes do pensador ateniense, o também filósofo Platão e a não tão jovem classicista Maria Helena da Rocha Pereira. «Depois de uma análise aprofundada de diversos vasos gregos descobertos na zona da Guarda, pude identificar a mesma falta de bom gosto detetável nas casas correspondentes aos projetos que foram noticiados. São claramente obra de um mesmo artista, e se os edifícios são assinados por um tal de Sócrates, esse não pode nunca ser o Pinóquio, mas sim o Σωκράτης», explicou depois a antiga professora da Universidade de Coimbra, em rigoroso exclusivo para o Jornal do Fundinho.
Sócrates junto a um dos projetos da polémica [foto E. Calhau]
Apesar da revelação, Rocha Pereira admitiu que a confusão entre José Sócrates e o filósofo Sócrates é relativamente simples de se estabelecer: «O Sócrates grego aprendeu olaria com o pai mas nunca a exerceu, adotou uma profissão para a qual não tinha habilitações e, mesmo no seu exercício, nunca se deu sequer ao trabalho de deixar escritos os seus pensamentos, tendo optado por desempenhar diversos cargos políticos até ao final da vida. No fundo, ele foi como alguém que começa a estudar, só consegue acabar o curso superior à custa da trafulhice, apresenta-se como engenheiro sem o ser, é despedido pela falta de qualidade do seu trabalho e só se safa porque se mete num partido político e vai subindo por aí acima. Não sei se isto vos lembra alguém…» A especialista em estudos clássicos apontou ainda um paralelismo adicional, uma vez que «é tão difícil distinguir entre si as ideias de Sócrates, Platão, Aristófanes e Xenofonte, como distinguir as ideias de José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Augusto Santos Silva e João Tiago Silveira».
Questionada sobre se Sócrates havia ou não violado o regime de dedicação exclusiva de que beneficiou na ágora ateniense, Maria Helena da Rocha Pereira referiu que tudo dependeria do facto ele de ter ou não recebido pagamento pelos projetos por que foi responsável. «À partida, o que ele nunca poderá fazer é usar o mesmo argumento do primeiro-ministro português, que disse que aquilo foram uns favores a uns amigos. É que o Sócrates não tinha amigos, o que era normal, como aquele feitiozinho... Foi isso que o matou, aliás, quando foi condenado a ingerir cicuta após ter sido julgado no “Jornal Nacional” da TVI e no Público... Espera aí, acho que já estou toda trocadinha», avançou.
Etiquetas: Campanha Negra, Nacional