Quase a arrancar edição de 2009 da Fátima-Dakar
12 maio, 2009
Incerteza em torno do vencedor não faz esquecer riscos de segurança.
Tem início amanhã mais uma edição da Fátima-Dakar, a mais famosa peregrinação raide do mundo, que todos os anos reúne milhares de participantes. Este é o ano em que a histórica prova de fé regressa a África, depois de em 2008 se ter desenrolado exclusivamente em santuários da América do Sul, reflexo ainda do cancelamento no ano anterior devido a ameaças de ataques terroristas de pentecostistas católicos.
A escolha da capital do Senegal deveu-se sobretudo à reconhecida capacidade de organização do empresário Senghor Lagos, como o próprio admitiu, em rigoroso exclusivo para o Jornal do Fundinho: «É verdade que temos grande experiência em grandes eventos religiosos, como o Zinguinchor Open, que junta anualmente alguns dos melhores islamitas em terra batida do mundo». Assim, Dakar irá suceder a cidades africanas como Nuakchott (Mauritânia), Chipoka (Malawi), Cartum (Sudão) ou a mítica Tombuctu (Mali), também conhecida como a 'cidade das luzes foscas'.
Todos os peregrinos estão já no parque fechado de Fátima, realizando os últimos preparativos e aguardando o prólogo de depois de amanhã, que vai ligar a Cova da Iria a Ourém. Hoje à noite terá lugar a habitual confraternização entre as equipas, com a Procissão das Velas, em que os grandes animadores deverão ser o Bispo de Leiria/Fátima e o reitor do Santuário, com a sua imitação da dupla Quim Roscas & Zeca Estacionâncio.
Tal como vem sendo hábito, cada equipa é constituída por sete a 15 peregrinos e ainda cerca de cinco pessoas na carrinha ou furgoneta de apoio. Este ano as regras relativas ao material transportado são mais apertadas, com limitações ao número de marmitas (agora apenas quatro por caminhante), de ligaduras (não mais de 10 metros), de unguentos (cinco bisnagas de tamanho médio) e de pensos rápidos (cinco caixas de 20 unidades). «Foram também proibidos os corta-unhas com lima e/ou tesoura e as bebidas energéticas do género Red Bull», revelou Senghor Lagos, atribuindo esta última medida ao facto de a organização, que pertence mais uma vez à Igreja Católica, as considerar «bebidas do demónio». Para garantir que tudo decorre de acordo com as mais elementares regras do fair-pray, várias brigadas de anti-doping vão controlar os peregrinos, para garantir que não haverá consumo de água-benta.
Entretanto, os principais favoritos à vitória realizam já os últimos treinos, que consistem em cerca de 5 voltas diárias de joelhos ao Santuário de Fátima. O vencedor do ano passado, António da Crucificação, já fez saber que vai este ano sentir maiores dificuldades para triunfar: «Optei por uma mudança drástica, deixando de usar sapatilhas Sanjo para calçar umas xanatas que comprei no Continente, pelo que vou ter de fazer a minha adaptação ao longo dos dias de caminhada». O grande candidato à vitória passa assim a ser Adalberto Calvário, segundo classificado por quatro vezes e vencedor da última peregrinação todo-o-terreno de Nossa Senhora de Lourdes. «Vou assumir as minhas responsabilidades, uma vez que quero muito chegar primeiro do que os outros, mas vamos ver... Uma prova de fé deste género é sempre uma incógnita, porque acontece sempre o que Deus quiser», afirmou.
Apesar de todos estarem optimistas, nenhum peregrino ignora os vários perigos que terão de enfrentar assim que entrarem em território africano, pois nunca se sabe onde e quando poderão ser atacados por uma das muitas tribos locais, desejosas de vingança pelos séculos de opressão e evangelização forçada. Mas os riscos estão um pouco por todo o lado: nos últimos dias, a organização tem-se desmultiplicado em apelos ao público para que este se controle, de forma a evitar cenas que se repetem todos os anos, com várias dezenas de pessoas a atirarem-se para o meio do percurso gritando estar a ver Nossa Senhora, pondo dessa forma em risco a sua segurança e a dos peregrinos.
Tem início amanhã mais uma edição da Fátima-Dakar, a mais famosa peregrinação raide do mundo, que todos os anos reúne milhares de participantes. Este é o ano em que a histórica prova de fé regressa a África, depois de em 2008 se ter desenrolado exclusivamente em santuários da América do Sul, reflexo ainda do cancelamento no ano anterior devido a ameaças de ataques terroristas de pentecostistas católicos.
A escolha da capital do Senegal deveu-se sobretudo à reconhecida capacidade de organização do empresário Senghor Lagos, como o próprio admitiu, em rigoroso exclusivo para o Jornal do Fundinho: «É verdade que temos grande experiência em grandes eventos religiosos, como o Zinguinchor Open, que junta anualmente alguns dos melhores islamitas em terra batida do mundo». Assim, Dakar irá suceder a cidades africanas como Nuakchott (Mauritânia), Chipoka (Malawi), Cartum (Sudão) ou a mítica Tombuctu (Mali), também conhecida como a 'cidade das luzes foscas'.
Todos os peregrinos estão já no parque fechado de Fátima, realizando os últimos preparativos e aguardando o prólogo de depois de amanhã, que vai ligar a Cova da Iria a Ourém. Hoje à noite terá lugar a habitual confraternização entre as equipas, com a Procissão das Velas, em que os grandes animadores deverão ser o Bispo de Leiria/Fátima e o reitor do Santuário, com a sua imitação da dupla Quim Roscas & Zeca Estacionâncio.
Tal como vem sendo hábito, cada equipa é constituída por sete a 15 peregrinos e ainda cerca de cinco pessoas na carrinha ou furgoneta de apoio. Este ano as regras relativas ao material transportado são mais apertadas, com limitações ao número de marmitas (agora apenas quatro por caminhante), de ligaduras (não mais de 10 metros), de unguentos (cinco bisnagas de tamanho médio) e de pensos rápidos (cinco caixas de 20 unidades). «Foram também proibidos os corta-unhas com lima e/ou tesoura e as bebidas energéticas do género Red Bull», revelou Senghor Lagos, atribuindo esta última medida ao facto de a organização, que pertence mais uma vez à Igreja Católica, as considerar «bebidas do demónio». Para garantir que tudo decorre de acordo com as mais elementares regras do fair-pray, várias brigadas de anti-doping vão controlar os peregrinos, para garantir que não haverá consumo de água-benta.
Entretanto, os principais favoritos à vitória realizam já os últimos treinos, que consistem em cerca de 5 voltas diárias de joelhos ao Santuário de Fátima. O vencedor do ano passado, António da Crucificação, já fez saber que vai este ano sentir maiores dificuldades para triunfar: «Optei por uma mudança drástica, deixando de usar sapatilhas Sanjo para calçar umas xanatas que comprei no Continente, pelo que vou ter de fazer a minha adaptação ao longo dos dias de caminhada». O grande candidato à vitória passa assim a ser Adalberto Calvário, segundo classificado por quatro vezes e vencedor da última peregrinação todo-o-terreno de Nossa Senhora de Lourdes. «Vou assumir as minhas responsabilidades, uma vez que quero muito chegar primeiro do que os outros, mas vamos ver... Uma prova de fé deste género é sempre uma incógnita, porque acontece sempre o que Deus quiser», afirmou.
Apesar de todos estarem optimistas, nenhum peregrino ignora os vários perigos que terão de enfrentar assim que entrarem em território africano, pois nunca se sabe onde e quando poderão ser atacados por uma das muitas tribos locais, desejosas de vingança pelos séculos de opressão e evangelização forçada. Mas os riscos estão um pouco por todo o lado: nos últimos dias, a organização tem-se desmultiplicado em apelos ao público para que este se controle, de forma a evitar cenas que se repetem todos os anos, com várias dezenas de pessoas a atirarem-se para o meio do percurso gritando estar a ver Nossa Senhora, pondo dessa forma em risco a sua segurança e a dos peregrinos.
Etiquetas: Sociedade