Médico que confundiu banda gástrica com banda filarmónica recusa acusação de negligência
12 dezembro, 2008
Doente surpreendida com a troca exige indemnização avultada.
Uma mulher que descobriu que tinha a Banda Filarmónica da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense no estômago, depois de ter sido sujeita a uma cirurgia para colocação de uma banda gástrica, acusa de negligência o médico que realizou a operação. Adélia Bola, de 42 anos, conta ao Jornal do Fundinho, em rigoroso exclusivo, que começou a sentir-se estranha na manhã a seguir à intervenção: «Primeiro comecei a ouvir o "El Condor Pasa", mas parecia mesmo que aquilo vinha da minha barriga e por isso não liguei. Depois foi o "Hey Jude" e quando chegou ao "Eye of the Tiger" eu achei que já era demais e chamei a enfermeira».
Para espanto de Adélia, e após a realização de uma ecografia, foi possível constatar que dentro do seu estômago estavam 100 músicos de uma banda filarmónica, repartidos por sopro e percussão, interpretando diversas composições clássicas e contemporâneas. «A enfermeira até disse que eu tinha sorte por eles estarem a tocar afinadinhos, senão podiam rebentar-me as paredes do estômago», conta a queixosa, que reconhece ter achado estranho «ter saído da sala de operações com uma barriga ainda maior do que a que tinha antes e com a "Carmen" de Bizet nos ouvidos».
Agostinho Corte, o cirurgião acusado, rebate todas as acusações e diz que as complicações sentidas por Adélia Bola não estão relacionadas com a intervenção cirúrgica que realizou. «Quando eu fechei a barriga da senhora, posso garantir que não estava nenhuma banda filarmónica lá dentro. Eu sei isto porque, quando a costura estava quase fechada, eu reparei que não tinha o meu Bulgari no pulso e meti a mão lá dentro... Não estava lá banda nenhuma! E o meu relógio também não, afinal tinha ficado no baço de um tipo que eu tinha operado antes», argumenta Corte. O clínico afirma ainda que é possível que a banda filarmónica «tenha sido ingerida aquando da refeição da noite... toda a gente sabe como é a comida nos hospitais».
Além de se dizer inocente, o médico não deixa de aconselhar a sua ex-paciente a mudar rapidamente os seus hábitos alimentares: «Já ia ter de o fazer se tivesse mesmo uma banda gástrica no estômago, mas tendo uma banda filarmónica justifica-se ainda mais: 100 músicos precisam de bastante comida para conseguir tocar os oboés, as tubas, os fagotes, os tambores...»
Apesar de exigir uma indemnização de 600 000 Euros e assistência médica e medicamentosa, alegando danos patrimoniais e psicológicos, Adélia Bola não pondera, para já, retirar a Banda Filarmónica da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense do seu estômago: «Estou a começar a habituar-me... E além disso, eles ontem tocaram versões tão bonitas da "Nossa Senhora das Candeias" e do "Enter Sandman"...»
Uma mulher que descobriu que tinha a Banda Filarmónica da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense no estômago, depois de ter sido sujeita a uma cirurgia para colocação de uma banda gástrica, acusa de negligência o médico que realizou a operação. Adélia Bola, de 42 anos, conta ao Jornal do Fundinho, em rigoroso exclusivo, que começou a sentir-se estranha na manhã a seguir à intervenção: «Primeiro comecei a ouvir o "El Condor Pasa", mas parecia mesmo que aquilo vinha da minha barriga e por isso não liguei. Depois foi o "Hey Jude" e quando chegou ao "Eye of the Tiger" eu achei que já era demais e chamei a enfermeira».
Para espanto de Adélia, e após a realização de uma ecografia, foi possível constatar que dentro do seu estômago estavam 100 músicos de uma banda filarmónica, repartidos por sopro e percussão, interpretando diversas composições clássicas e contemporâneas. «A enfermeira até disse que eu tinha sorte por eles estarem a tocar afinadinhos, senão podiam rebentar-me as paredes do estômago», conta a queixosa, que reconhece ter achado estranho «ter saído da sala de operações com uma barriga ainda maior do que a que tinha antes e com a "Carmen" de Bizet nos ouvidos».
Agostinho Corte, o cirurgião acusado, rebate todas as acusações e diz que as complicações sentidas por Adélia Bola não estão relacionadas com a intervenção cirúrgica que realizou. «Quando eu fechei a barriga da senhora, posso garantir que não estava nenhuma banda filarmónica lá dentro. Eu sei isto porque, quando a costura estava quase fechada, eu reparei que não tinha o meu Bulgari no pulso e meti a mão lá dentro... Não estava lá banda nenhuma! E o meu relógio também não, afinal tinha ficado no baço de um tipo que eu tinha operado antes», argumenta Corte. O clínico afirma ainda que é possível que a banda filarmónica «tenha sido ingerida aquando da refeição da noite... toda a gente sabe como é a comida nos hospitais».
Além de se dizer inocente, o médico não deixa de aconselhar a sua ex-paciente a mudar rapidamente os seus hábitos alimentares: «Já ia ter de o fazer se tivesse mesmo uma banda gástrica no estômago, mas tendo uma banda filarmónica justifica-se ainda mais: 100 músicos precisam de bastante comida para conseguir tocar os oboés, as tubas, os fagotes, os tambores...»
Apesar de exigir uma indemnização de 600 000 Euros e assistência médica e medicamentosa, alegando danos patrimoniais e psicológicos, Adélia Bola não pondera, para já, retirar a Banda Filarmónica da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense do seu estômago: «Estou a começar a habituar-me... E além disso, eles ontem tocaram versões tão bonitas da "Nossa Senhora das Candeias" e do "Enter Sandman"...»
Etiquetas: Sociedade